A Fernanda participa na organização do Gimnoeste desde a primeira edição, sendo por isso uma figura indissociável deste evento que conta já com uma longa vida. Como surgiu o conceito deste festival de ginástica?
R: A ideia da criação deste festival de ginástica na zona oeste surgiu através do Mestre Sammer e do Sr. José do Vale. O Gimnoeste chegou a realizar-se durante cinco dias seguidos.
Quais os momentos mais marcantes que recorda de todas estas edições da Gimnoeste e o que significa para si ver o Pavilhão da Física completamente cheio para assistir e atestar o enorme sucesso deste festival gímnico?
R: É difícil selecionar os momentos mais marcantes do Gimnoeste ao longo das 36 edições, cada um têm um significado diferente, ver o pavilhão da Física completamente cheio ano após ano dá-nos uma imensa alegria. Esta última edição teve um sentimento especial, todo ele dedicado à memória da Dona Dália. Foi o primeiro ano sem a termos entre nós. Estiveram presentes as antigas pupilas que se quiseram juntar nesta bonita Homenagem, tivemos cerca de 1500 ginastas e cerca de 38 clubes que vieram de norte a sul do país. Abrir as portas da nossa casa e percebermos como as pessoas aderem e se sentem bem recebidas, enche-nos sem dúvida de uma enorme satisfação.
A Fernanda teve também o privilégio de ter conhecido e trabalhado com Dália Sammer e Joseph Sammer, duas figuras lendárias e pioneiras da ginástica olímpica. Como foi conviver com ambos e que influência tiveram na sua enorme paixão pela ginástica?
R: O Mestre Sammer e a Dona Dália, foram as pessoas que nos trouxeram para Torres Vedras. Sempre foram uma referência tanto a nível pessoal como profissional. O rigor de ambos e o amor que tinham pelo que faziam era contagiante.
E o que significa a ginástica para a Fernanda? Sabemos que tem uma enorme paixão, que fica bem evidente pelo facto de desempenhar as suas funções nesta área como voluntária.
R: Nunca fui praticante de ginástica, casei com um professor desta modalidade e acho que acabei por me casar também com a ginástica. Há 38 anos que acompanho as classes de ginástica da Física principalmente as de competição, a relação de amizade, carinho e a camaradagem com os alunos é indescritível.
A Fernanda é também funcionária, da parte administrativa, no Conservatório de Música da Física. Há quanto tempo exerce estas funções e o que representa para si estar ligada a uma instituição de referência como o Conservatório?
R: Trabalho na Física desde 1988, comecei na secretaria geral e em simultâneo no Conservatório de Música, acabei por ficar só nos serviços administrativos da Escola. Digamos que tenho dois grandes amores nesta Associação, a Ginástica e a Música e em ambas me sinto realizada. É um orgulho imenso lidar com tantos alunos e professores que são uma referência no panorama musical do país.
Para terminar, e a título de curiosidade, os seus filhos são… músicos! A Fernanda procurou também incutir este gosto música, artes e desporto, que a acompanharam ao longo de toda a sua vida, nos seus filhos?
R: Claro, os meus filhos foram criados na Física, muitas horas a dormirem nos colchões no ginásio quando os pais estavam a trabalhar, praticaram ginástica e fizeram o seu percurso musical (ele em guitarra E ela em violino) aqui na Escola de Música “Luís António Maldonado Rodrigues” agora denominado Conservatório de Música da Física. A vida sem desporto e sem arte, qualquer que seja, para mim não faz sentido e a Física é uma referência no país nas duas vertentes.