O que é para si a Física?
A Física é uma segunda casa para mim, vim para Torres Vedras a convite do Mestre Sammer (uma grande referência no desporto nacional e em particular na ginástica), com 22 anos. Ao longo destes 40 anos lecionei desde classes formativas, manutenção e competição. Neste momento tenho ginastas nas minhas classes, que são filhos dos meus primeiros alunos. É uma Associação onde existem várias modalidades desportivas, tem um conservatório de música, um departamento de fisioterapia e um parque de campismo. Duvido que exista a nível nacional um clube com tantas valências e tão diversificadas.
Qual o momento mais marcante de todos estes anos ao serviço da Física?
Ao longo destes 40 anos existiram muitos momentos marcantes, é difícil em poucas palavras descrever o que tem sido este percurso. Tivemos uma Vice-Campeã da Europa (Tânia Andrade Santos), muitas participações em Campeonatos do Mundo por Idades, ginastas inseridos na Seleção Nacional (a representarem o país), dezenas de títulos Nacionais e Distritais, participações em Torneios Internacionais (Open de Paris, Open de Granada, ScalabisCup, Open Galiza e CoimbraFest) com vários títulos conquistados. Ainda assim, a prova que sem dúvida nos fez muito felizes foi o Open de Paris, onde fomos com uma grande equipa de ginastas e não só tivemos vários resultados individuais como ganhámos a prova no coletivo. Tenho muito orgulho nos meus ginastas, não posso esquecer no passado recente a participação do Carlos Pinto no Campeonato Europeu de Seniores (representando a seleção nacional) que se realizou no Azerbaijão (2018). Mais uma vez em Novembro vamos participar no Campeonato Mundial por Grupos de Idades com a ginasta Beatriz Ferreira no escalão 15/16 anos.
Qual é o segredo para formar campeões?
Não temos segredo mas sim muito trabalho. Tentamos selecionar nas nossas classes de formação os ginastas que demonstram maior aptidão para a prática desta modalidade e depois de muito treino, se eles gostarem e com a colaboração dos pais, conseguimos chegar muito longe. Treinamos para que consigam fazer o seu melhor em prova e o resultado vem por acréscimo
Como é que vê o presente da Física?
A Física tem passado por uma grande transformação, deixou de ser um grande clube Distrital, para passar a ser um clube de nível Nacional. Claro que já não é a mesma, quando vim para cá há 40 anos tinha um ambiente mais familiar, hoje essa família cresceu bastante. Evoluímos muito, temos novas formas de pensar e uma melhor estrutura, há mais planificação e organização. Prevejo um presente bastante estável a caminhar para um futuro de melhor qualidade.
E o futuro?
O legado tem de continuar. Passa por estruturar as classes, criar mais espaços para a prática das várias modalidades de ginástica (Acrobática/Trampolins/Representação) e um maior investimento nas classes de competição, para atingir mais e melhores resultados.